A cada sobe e desce do valor das ações da Petrobras na bolsa, as vozes da oposição tentam tirar proveito eleitoral. Contra os fatos, querem nos convencer de que os governos de Lula e Dilma depreciam esse patrimônio nacional.
Sobre esse movimento, é preciso deixar claro que, além dos humores de uma ciranda financeira internacional, o valor de uma empresa na bolsa está muito associado à distribuição de lucros e dividendos aos seus acionistas.
E, sob o domínio neoliberal, quem comanda é o rentismo e, para atendê-los, as empresas estão obrigadas a privilegiar resultados de curto prazo, aumentando as transferências aos acionistas.
A Petrobras cresceu muito nesses últimos 10 anos. As suas reservas comprovadas aumentaram 45% entre 2002 e 2012. O seu valor patrimonial passou de US$ 15,5 bilhões para US$ 126 bilhões, no mesmo período.
O futuro é ainda mais promissor, porque ninguém discorda de que a nova legislação do Pré-Sal assegura à Petrobras acesso, como operadora exclusiva, a essa que é a maior reserva de óleo recém-descoberta no mundo.
Então, por que então os rentistas estão insatisfeitos com essas conquistas do povo brasileiro?
A resposta decorre exatamente do novo papel que os governos Lula e Dilma determinaram para a Petrobras. Toda a cadeia produtiva do setor de petróleo e gás representa hoje 13% do PIB nacional. Em 2000, essa participação era de apenas 3%. E, com o Pré-Sal, pode chegar a 20%.
Essa evolução é resultado direto da ação dessa importante empresa estatal e da exigência de conteúdo nacional presente nas políticas de compras da empresa e nos novos contratos de concessão e de partilha. Além do aumento qualitativo, essa é uma transformação qualitativa.
São bens e serviços de maior valor agregado, que envolve pesquisa, ciência, tecnologia, patentes, melhores empregos e maiores salários.
Esse modelo de desenvolvimento da cadeia produtiva nacional exige que a Petrobras realize um volume grande de investimentos, reaplicando na economia nacional uma significativa parcela dos seus resultados.
Nas gestões de feição neoliberal, como a de FHC, diferentemente, os valores investidos eram menores e a distribuição de resultados proporcionalmente maior.
Em 2002, por exemplo, a Petrobras investiu uma quantia pouco superior (133%) ao montante de seus lucros distribuídos. Em 2012, o investimento foi 343% maior do que o volume entregue aos acionistas. Essa é certamente uma das razões dessa gritaria contra esse projeto e o novo papel da Petrobras neste cenário.
Com a atual agenda de investimentos, o País se desenvolve, a Petrobras se valoriza, a produção, o refino e o faturamento crescem, mas a distribuição de lucros, nem tanto. Os investidores de longo prazo ganham. Os de curto prazo, nem tanto.
A Petrobras tem milhares de brasileiros como acionistas, mas também não nos enganemos. Essa campanha contra a Petrobras visa a agradar aos grandes investidores, em sua maioria, estrangeiros.
Durante o governo de FHC, em seu projeto de privatização da “Petrobrax”, a participação do governo federal no capital total da empresa caiu de 60% pra 32% e uma parcela considerável das ações da Petrobras passou a ser comercializada na Bolsa de Nova York, onde estão 2/3 dos acionistas (excetuando-se as cotas do governo federal).
Devemos nos questionar acerca do que é mais importante: colocar a Petrobras a serviço do projeto nacional de desenvolvimento, criar riquezas para o País e empregos e renda para os trabalhadores ou caminhar na direção contrária, ajudando a concentrar a renda, via distribuição de resultados, em sua maior parte diretamente ao exterior?A quem cabe essa decisão?
Que esses rentistas reclamem é possível entender, que a grande mídia que os representa lhes faça coro, também. Os ataques à Petrobras ou a essa política que partem de candidaturas da oposição questionam, das mais diversas formas, a escolha soberana do povo brasileiro, através de seu governo, pela primeira opção. A serviço de quem estão essas candidaturas?
Outro ponto está relacionado ao processo eleitoral. A associação entre pesquisas, perspectivas de candidaturas e o valor das ações da Petrobras em bolsa é uma clara materialização da intervenção de especuladores, que resolveram jogar com o nosso direito de voto, com o nosso direito de escolha de um projeto para o País.
Os destinos da Petrobras e o papel que ela desempenha na economia sempre estiveram associados ao projeto de Nação. Para o neoliberalismo de FHC, Aécio e Marina, a Petrobras, como todas as empresas públicas, deve ser apequenada.
Em seus programas de governo não há espaço para a ação estatal em prol do desenvolvimento, a soberania nacional ou para a qualidade dos empregos para a maioria. Assim, o caminho que Marina e Aécio preconizam não interessa ao povo.
A mobilização contra investidas que buscam corromper o processo eleitoral é fundamental para a democracia. E a defesa e o fortalecimento da Petrobras, para que possa continuar cumprindo esse papel de destaque no desenvolvimento nacional, põe em movimento os segmentos mais avançados da nossa sociedade pela reeleição da presidenta Dilma.
Crédito da foto da página inicial: Divulgação/Petrobras
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