Em nota técnica, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) afirma que, se para as empresas o processo de terceirização significa obter ganhos com a redução nos custos e a possibilidade de concentrar seus investimentos nas atividades principais, os trabalhadores se veem sujeitos a inúmeros riscos, como a perda do emprego, redução de salários e precarização das condições de trabalho.
O DIEESE, em outro estudo específico para o setor elétrico, aponta que os acidentes fatais no setor elétrico ocorrem com muito mais frequência entre trabalhadores terceirizados, como pode ser percebido pela tabela abaixo.
O nível de terceirização do setor elétrico está na casa dos 58,3% da força de trabalho.
A taxa de mortalidade da força de trabalho do setor elétrico foi de 32,9 mortes por grupo de 100 mil trabalhadores em 2008. Nesse ano, a taxa de mortalidade entre os trabalhadores terceirizados (47,5) foi 3,21 vezes superior em relação ao verificado para o quadro próprio (14,8).
Nos três anos analisados, os dados demonstram taxas de mortalidade substancialmente mais elevadas para o segmento terceirizado, com variação entre 3,21 a 4,55 vezes a do segmento próprio.
Assim, o estudo amplia a discussão sobre terceirização para além da perda de remuneração e benefícios e comprova as substancialmente mais elevadas taxas de mortalidade por acidente de trabalho entre terceirizados.
Crédito da foto da página inicial: EBC
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