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Saúde e ajuste fiscal

Em uma das análises da sétima edição do Boletim de Análise Político-Institucional do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), intitulada “Macroeconomia e Saúde: apontamentos para uma agenda de pesquisa”, argumenta-se que o SUS tem grande impacto positivo sobre a economia brasileira, contribuindo para a geração de investimentos, inovações, renda, emprego e recursos fiscais.

Segundo o estudo, a cadeia produtiva da saúde movimenta um volume de recursos superior a 6% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e gera 7,5 milhões de empregos diretos e indiretos em toda a cadeia produtiva.

Assim, a integração entre as políticas voltadas para o desenvolvimento do sistema de saúde e aquelas voltadas para a promoção do desenvolvimento industrial e da inovação é uma forma de garantir para o país benefícios econômicos gerados pelos gastos em saúde.

O estudo aponta também que, apesar dos avanços do SUS, os gastos privados vêm ganhando importância crescente no orçamento das famílias, algo que também é mostrado pelos dados  da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS): em 2003, cerca de 18% da população brasileira eram cobertos por planos de saúde, chegando a cerca de 26% em 2013.

Ainda segundo os dados da ANS, dos cerca de 26% de brasileiros com planos de saúde, aproximadamente 67% são cobertos por planos do tipo empresarial (33,1 milhões de 49,6 milhões em 2013), como mostra o gráfico abaixo. Com o aumento do desemprego, muitos podem perder acesso a esse plano privado e buscarem assistência integralmente no SUS:


grafico planos privados

Assim, tomam-se com preocupação os cortes na saúde devido ao ajuste fiscal (que afetam investimentos e verba para custeio também em municípios e estados, devido à descentralização do SUS), conjugados ao aumento do desemprego, que podem sobrecarregar ainda mais o sistema: tanto do ponto de vista do papel estratégico da saúde no desenvolvimento do país, como na garantia do acesso a esse direito constitucional.

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