A recuperação e a conservação de apenas 3% das áreas dos quatro principais mananciais que abastecem a Grande São Paulo reduziriam pela metade o assoreamento dos córregos e rios que alimentam as represas, garantindo mais água e melhor qualidade em tempos de escassez hídrica.
A constatação é de um estudo feito pela organização ambiental internacional The Nature Conservancy (A Conservação da Natureza, em tradução literal), divulgado em 06/09 pelo jornal O Estado de S. Paulo (leia a íntegra AQUI), em matéria assinada por Fabio Leite.
De acordo com o levantamento, o reflorestamento de 14,3 mil dos 493,4 mil hectares que formam os Sistemas Cantareira, Alto Tietê, Guarapiranga e Rio Grande – responsáveis pelo abastecimento de 25 milhões de pessoas na Grande São Paulo e região de Campinas – diminuiria em 568,9 mil toneladas o aporte de sedimentos despejados nos corpos d’água que alimentam os reservatórios.
A sedimentação tem impacto direto na quantidade e na qualidade da água dos mananciais e ocorre quando não há cobertura vegetal ao redor dos rios e represas. O solo exposto, além de sofrer erosão e não absorver a água da chuva, provoca o escoamento de terra para os corpos d’água, assoreando o leito e diminuindo a vida útil dos reservatórios.
O Movimento Água para São Paulo, criado pela organização ambiental, calcula que a recuperação dessas áreas, que envolveria, entre outras ações, o pagamento por serviços ambientais a proprietários rurais que possuem nascentes em suas terras, custaria cerca de R$ 200 milhões em dez anos. Dados do movimento indicam que as regiões dos mananciais já perderam 70% da sua mata nativa.
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