Estudo do IPEA (“Mortalidade de mulheres por agressões no Brasil: perfil e estimativas corrigidas (2011-2013″) estima taxas de mortalidade de mulheres por agressões corrigidas e descreve o perfil destes óbitos no Brasil entre 2011 e 2013.
Segundo o estudo, assassinatos de mulheres são geralmente perpetrados por homens e, em sua maioria, há envolvimento de parceiros ou ex-parceiros e de situações de abusos no domicílio, ameaças ou intimidação, violência sexual ou situações nas quais a mulher tem menos poder ou menos recursos que o homem.
No Brasil, no período estudado, ocorreram 17.581 óbitos de mulheres por agressões (ou 5.860 mortes a cada ano, 488 a cada mês, 16,06 a cada dia, ou uma a cada 1h30), o que corresponde a uma taxa corrigida de mortalidade anual de 5,87 óbitos por 100 mil mulheres, considerada elevada na comparação internacional.
Alguns resultados estão sintetizados abaixo, como maiores taxas de mortalidade no Centro-Oeste, Nordeste e Norte e o perfil jovem das vítimas: 45% das vítimas tinham de 10 a 29 anos e 53% de 20 a 39 anos.
Ainda, o estudo mostra que 64% das vítimas são negras e em maior proporção com baixa escolaridade. O perfil dos óbitos, com elevada ocorrência nos domicílios (28,1%) e em finais de semana (35,7%), sugere relação com situações de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Reitera-se, portanto, a importância do combate ao feminicídio, conforme conceito adotado pela Lei 13.104/2015, que inclui crimes perpetrados contra a mulher que envolvem violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Crédito da foto da página inicial: EBC
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