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Os juros em alta ou em baixa?

A taxa Selic é uma taxa de juros de curtíssimo prazo determinada pelo Banco Central, seguindo objetivos de política monetária, buscando atingir a meta de inflação. Ela serve de referência para os agentes de diversas formas. Algumas delas são: no mercado financeiro, para a determinação das taxas de juros de longo prazo; para os bancos, influencia a formação das taxas de juros do crédito; para os empresários, serve de base para o cálculo das taxas de retorno mínimas “aceitáveis”, uma vez que há a alternativa de aplicar em títulos livres de risco cujos rendimentos são vinculados à Selic.

Por meio desses canais, a Selic pode influenciar a demanda, mas também afeta substancialmente a distribuição de renda – visto que os detentores de ativos financeiros são os mais ricos, uma elevação da Selic aumenta o fluxo de renda para os detentores da riqueza e piora a distribuição da renda.

A Selic foi reduzida substancialmente e com consistência nos últimos anos, saindo de um patamar de cerca de 18% ao ano em 2002 para um novo patamar que varia entre 8-12%, como evidencia o gráfico abaixo. É um patamar ainda muito alto se comparada ao cenário internacional. Sua redução é importante para avançar no processo de distribuição de renda e para nos livrar dos efeitos colaterais gerados pela anomalia de uma taxa de juros tão alta. Vale lembrar que nos Estados Unidos e no Japão as taxas de juros equivalentes têm sido nos últimos 5 anos menores do que 0,25% ao ano.

Há, no entanto, forte pressão e oposição de analistas vinculados direta ou indiretamente ao mercado financeiro nos momentos de redução de Selic, particularmente quando se percebe que a tentativa é de redução do patamar dos juros. É importante saber que há um interesse subjacente a essa pressão: a manutenção de juros elevados permite que os detentores da riqueza e prestadores de serviços financeiros mantenham a lucratividade dos seus investimentos. Para o resto da população, ficam os efeitos colaterais.


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