Depende de qual brasileiro se está falando. O brasileiro pobre paga, sim, muitos impostos. O rico? Não. Explica-se. Há diversos tipos de impostos, mas pode-se resumi-los em dois grupos: impostos indiretos, cobrados sobre mercadorias e serviços, e impostos diretos, cobrados sobre a renda e patrimônio.
A estrutura tributária brasileira, herdada do período de ditadura militar, caracteriza-se por tributar mais mercadorias e serviços do que a renda e o patrimônio. A implicação disso é que pobre paga mais impostos proporcionalmente à sua renda do que o rico.
Um grande exemplo disso é o imposto de renda. Um levantamento da consultoria KPMG mostra a alíquota máxima de imposto de renda para diversos países. A partir do levantamento, o gráfico abaixo foi elaborado contando com os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e de países-chave nos demais continentes.
Pode-se verificar que, na verdade, o Brasil (marcado em verde no gráfico) tem uma das menores alíquotas máximas de imposto de renda dentre os países selecionados. A alíquota máxima de imposto de renda que aqui se pode pagar corresponde a menos da metade da alíquota máxima campeã, a da Suécia.
Este é o principal motivo pelo qual o Brasil precisa de uma reforma tributária: tornar sua estrutura tributária mais progressiva, contribuindo positivamente para uma melhor distribuição de renda. E é contra isso que os conservadores lutarão.
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