Relatório lançado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM/PR) mostra que, no Brasil, em 2012, em quase 38% dos domicílios a pessoa de referência – tida como a responsável pelo domicílio ou assim considerada por seus membros – era mulher.
Entre essas famílias com pessoa de referência do sexo feminino, como mostra o gráfico abaixo, 42,7% eram compostas por mulheres sem cônjuge com filhos/as (percentual que chega a somente 3,5% das famílias com pessoa de referência do sexo masculino, segundo o estudo).
Também entre as famílias com pessoa de referência do sexo feminino, somente 22,9% eram compostas por casais com filhas/os, 17,5% eram formadas por mulheres vivendo sozinhas e 9,4% eram casais sem filhos.
No que diz respeito à cor ou raça, o estudo mostra que as mulheres negras estavam à frente de 52,6% das famílias com pessoa de referência do sexo feminino.
O estudo mostra, portanto, que as mulheres, apesar de minoria entre as pessoas de referência (38%), apresentam maior porcentagem entre as famílias sem cônjuge e com filhos/as, o que exemplifica a divisão desigual do cuidado com dependentes entre homens e mulheres no Brasil.
Esse tipo de cuidado – parte do trabalho doméstico – é desigualmente dividido entre homens e mulheres (como vemos aqui), com ônus para a mulher, a quem é atribuído esse papel social.
O mesmo estudo da SPM/PR mostra que a jornada total das mulheres, somando-se o tempo dedicado ao trabalho principal e aos afazeres domésticos, era sempre superior à jornada total dos homens, conforme detalha o gráfico abaixo, ainda com diferenciações entre o setor rural e urbano.
Assim, tanto as mulheres rurais como as urbanas apresentam, na média, jornadas semanais totais mais longas que as dos homens, atingindo 55,9 horas semanais, respectivamente, contra 51,8 horas dos homens em média.
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