Enquanto o mundo ainda luta para acabar com a fome, existe outra face perversa da questão a alimentação e da nutrição: a obesidade, que tem atingido também cada vez mais e mais crianças e adolescentes no mundo.
Observe o mapa abaixo, com a situação da obesidade infantil (0 a 5 anos) mundial e sua progressão nos últimos anos:
Na reunião do 53º Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em Washington (EUA), neste ano, foi aprovado o Plano de Ação para Prevenção da Obesidade em Crianças e Adolescentes, considerada de “proporções epidêmicas”.
Principais impulsionadores da obesidade são, segundo a OPAS, o consumo excessivo de alimentos com alto teor calórico e baixo teor de nutrientes, alimentos processados, juntamente com o consumo de bebidas adoçadas com açúcar, além de baixos níveis de atividade física. O plano de combate à obesidade estabelece quatro principais linhas de ação:
– A promoção da amamentação, que pode reduzir as taxas de obesidade e excesso de peso em cerca de 10%;
– Melhor comida e mais atividade física nas escolas;
– Impostos sobre junk food e restrições à comercialização e publicidade de alimentos não saudáveis para crianças: se destacam projetos de lei que buscam proibir “venda casada” de comida e brindes com enfoque no público infantil. Sobre a publicidade de alimentos para crianças no mundo, veja o mapa abaixo:
– Maior acesso aos espaços de lazer e a alimentos nutritivos: estimular programas de apoio a pequenos e médios agricultores para aumentar a disponibilidade de alimentos frescos.
No Brasil
Quanto ao último ponto, o Brasil tem se destacado em seu programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA), lançado em 2003, ao garantir mercado para a produção de agricultores familiares, grupo de grande vulnerabilidade socioeconômica, mas responsável por 70% dos alimentos consumidos no País, em consonância ainda com o Programa Nacional de Alimentação Escolar: 30% dos alimentos da merenda escolar têm que, por lei, ser comprados diretamente de agricultores familiares.
É importante também que o País discuta a propaganda de alimentos para crianças e a venda casada de brindes, pois, como mostram alguns documentários (veja: “Criança – a Alma do Negócio” e “Muito Além do Peso”), crianças são mais suscetíveis à propaganda, o que as torna mais propensas a quererem consumir aquilo que lhes é oferecido através dos meios de comunicação.
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