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Manifesto de um estudante estrangeiro pela democracia brasileira

Como Colombiano, ex-estudante de uma universidade brasileira, entendo ser necessário expressar minha categórica rejeição à candidatura de Jair Bolsonaro, em função de suas evidentes expressões contra a democracia brasileira. Em diversas e constantes declarações, o candidato do Partido Social Liberal (PSL) incitou e incentivou a violência, o ódio e a intolerância, posicionando-se abertamente de forma homofóbica e machista, mas também contra os negros e os pobres.

A candidatura fascista de Bolsonaro expressa-se, também, pelas mensagens xenofóbicas dirigidas contra a população imigrante no Brasil, colocando sob risco a permanência deste grupo no território brasileiro, mas ameaçando, ademais, a entrada de novos imigrantes que, ao deixar seus países, busquem oportunidades e alternativas econômicas ou acadêmicas na sociedade brasileira.

No caso específico de estudantes estrangeiros de graduação e pós-graduação a ofensiva amplia-se com os ataques sobre o financiamento do ensino superior público, rompendo um processo de integração regional pautado no conhecimento e no intercâmbio de ideias, fenômeno que fora amplamente fortalecido nos últimos anos.

Vale ressaltar que os estudantes estrangeiros têm demonstrado enorme capacidade de desenvolver estudos e pesquisas de alta qualidade nas universidades brasileiras, as quais frequentemente consistem em alternativas à privatização da educação, bem como às custosas mensalidades das universidades particulares dos países de origem da população imigrante.

Os estudantes estrangeiros têm lutado, no Brasil e, principalmente, nos seus países, ao lado de professores e reitores, pela defesa da educação pública. A Colômbia é um dos exemplos onde maciças mobilizações têm sido construídas para organizar a resistência à privatização da educação e à regressão do financiamento de instituições educacionais, processo que as tem conduzido a precárias condições orçamentárias.

Em nosso entendimento, movimentos migratórios constituem consequência de um capitalismo globalizado que tem beneficiado uma minoria e excluído a maior parte da população. Deslocamentos de africanos, centro-americanos e venezuelanos atestam essa hipótese. Neste contexto, as expressões políticas radicais antidemocráticas – como Trump nos Estados Unidos, Duque na Colômbia e Macri na Argentina – consistem numa nova ofensiva dessas forças contra o progresso e a equidade entre os países.

Por estas razões, expresso o meu apoio a Fernando Haddad, como a melhor alternativa no segundo turno para garantir valores democráticos, estabilidade política e integração regional deste país que nos recebeu de braços abertos.

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