Entre os desafios hoje no mercado de trabalho estão os impactos do trabalho na saúde física e mental do trabalhador, incorporada à pauta de reivindicação de sindicatos brasileiros.
Estudo do DIEESE sobre a saúde do trabalhador no processo de negociação coletiva no Brasil mostra como a pauta de reivindicação dos sindicatos brasileiros incorporou, nos últimos anos, essa questão.
Primeiramente, o estudo mostra que, entre 2010 e 2012, o número de greves cadastradas no SAG-DIEESE aumentou em 96% e o número de horas paradas em 93%.
Também as greves da esfera pública registraram crescimento de 53% e as da esfera privada expressivos 162%, fazendo com que as greves da primeira deixassem de ser predominantes em relação às da segunda.
O estudo também analisa as greves quanto à sua dimensão propositiva (greves que propõem novas conquistas ou ampliação daquelas que já estão asseguradas) ou defensivas (greves que se caracterizam pela defesa de condições de trabalho vigentes, pelo respeito a condições mínimas de trabalho ou contra o descumprimento de direitos estabelecidos em acordo ou legislação).
Quanto a este quesito, de 2010 a 2012, enquanto o número de greves com reivindicações propositivas aumentou 59%, as com reivindicações defensivas cresceram 192%. Assim, se em 2010 e 2011, as greves predominantes foram as de caráter propositivo, em 2012, esta situação se inverteu.
Saúde
Entre 2010 e 2012, o número de greves que teve entre suas reivindicações itens classificados no tema saúde do trabalhador aumentou em 146%. Neste mesmo período, o crescimento do conjunto anual das greves foi de 96%. E enquanto as horas paradas nas greves do tema saúde do trabalhador tiveram, ao longo desse intervalo, aumento de 165%, o crescimento do conjunto anual foi de 93%.
Na esfera privada, o aumento no número das greves classificadas no tema saúde do trabalhador atingiu a expressiva marca de 221%, crescimento substancial, ainda mais pronunciado que o já considerável crescimento das greves nesta esfera. Em relação às horas paradas, o crescimento nos números das greves da esfera pública relacionadas ao tema saúde é de 121%; na esfera privada, é de 286%.
Observa-se, então, que a questão da saúde do trabalhador foi uma pauta crescente nos anos analisados, conjugada a um crescimento do caráter defensivo das greves, no sentido de garantir o cumprimento de direitos já estabelecidos.
Crédito da foto da página inicial: Marcello Casal Jr./ABr
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