Um dos principais argumentos para justificar igualar a idade de aposentadoria entre homens e mulheres é o fato de que as mulheres vivem mais. Mas será que isso é verdade depois que se adquire o benefício?
No gráfico abaixo, estão os dados para média Brasil (lembrando que há uma grande desigualdade regional) sobre a expectativa de vida a cada idade. Quando olhamos a expectativa de vida ao nascer, ou seja, com a idade 0, observamos que os homens têm uma expectativa de vida de 7,2 anos menor do que as mulheres.
Esse número é fruto de maior mortalidade de homens jovens, por acidentes ou homicídios. Assim, conforme olhamos a expectativa de vida dos que sobrevivem mais, menor é a distância entre homens e mulheres. Na idade de 60, a diferença já é de 3,6 anos e, na idade que o governo quer, é de 3,1 anos.
Portanto, não faz sentido esse argumento para aumentar e igualar as idades de homens e mulheres.
Seria ótimo se observássemos a igualdade de gênero de forma ampla. As mulheres, apesar de maior qualificação, continuam recebendo menos em trabalhos idênticos e estudos recentes apontam que o percentual de homens que trabalhavam e participavam dos afazeres domésticos aumentou de 35,8% para 47,7%. No entanto, ainda é muito distante das mulheres, cuja jornada dupla é de aproximadamente 90%.
Crédito da foto da página inicial: EBC
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