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DIEESE: trabalhadores pagam pela crise econômica

Boletim de Conjuntura do DIEESE (número 7, de junho de 2016) aponta para a deterioração geral do mercado de trabalho em 2016, com aumento do desemprego e queda nos rendimentos reais dos trabalhadores e trabalhadoras, acompanhando o movimento de crise da economia.

Esse comportamento é resultante do processo recessivo em que se encontra a economia brasileira, também refletido no desempenho do Produto Interno Bruto (PIB): O PIB teve variação negativa de 0,3% na comparação entre o primeiro trimestre de 2016 e o quarto trimestre de 2015. Foi o quinto trimestre seguido de contração.

Na comparação com o mesmo período de 2015, a queda foi de 5,4% – oitava retração seguida nesse tipo de comparação. Segundo o boletim, a recessão econômica em curso resulta de uma conjunção de fatores, de origem externa e interna.

Aponta-se que a incerteza decorrente dos problemas políticos agudos pelas quais o país passa, somada à piora nas expectativas em razão das políticas fiscal e monetária contracionistas, produziu uma aceleração da queda, já em curso, do nível de investimentos (privados e públicos). O contraponto positivo (mas insuficiente segundo o boletim) seria a melhora no saldo comercial com o exterior, resultado da recessão e da desvalorização cambial.

No entanto, o boletim mostra que, no plano internacional, organismos multilaterais, como Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Fundo Monetário Internacional (FMI), revisaram para baixo as previsões sobre o crescimento do PIB global em 2016 e 2017. Assim, com o baixo crescimento internacional, a recuperação é lenta e frágil e abre-se mais espaço para medidas protecionistas.

Do ponto de vista dos trabalhadores, o panorama não é positivo, segundo a publicação, com a crise econômica sendo utilizada como justificativa no Brasil para a aplicação de medidas que coloquem nas costas dos trabalhadores os custos da crise.

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