Baseado na atual definição governamental (Brasil Sem Miséria, Decreto 7492) de pobreza ou extrema pobreza (miséria ou indigência), estudo do Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais (LAESER) calculou a evolução da proporção de pobres e extremamente pobres da população residente no Brasil segundo os grupos de cor ou raça. Os indicadores foram tabulados a partir dos microdados da PNAD entre os anos de 2003 e de 2013.
Segundo o estudo, no ano de 2003, 10,7% da população brasileira (cerca de 18,5 milhões de pessoas) encontrava-se abaixo da linha da extrema pobreza. Dez anos depois, em 2013, a proporção de extremamente pobres era de 4,9% (por volta de 9,4 milhões de pessoas).
Em 2013, em todo o Brasil, o peso relativo da população preta & parda abaixo da linha da extrema pobreza era de 69%. Em 2003, dez anos antes, o mesmo percentual era de 69,3%. Já os brancos representavam 29,4% do total de extremamente pobres, em 2013; e 30,2%, em 2003. No caso da população abaixo da linha de pobreza, o peso dos pretos & pardos se elevou na última década, como mostra o gráfico abaixo.
Contudo, a comparação entre 2003 e 2014 deve ser vista com ressalvas conforme alerta o estudo: “Quando se analisa o peso relativo dos pretos & pardos entre a população residente (aqui chamado de composição de cor ou raça) que está abaixo das Linhas de Extrema Pobreza e de Pobreza, é necessário que haja um alerta preliminar. No último período, ocorreu um progressivo aumento deste grupo de cor ou raça entre os que respondem às pesquisas demográficas. Assim, entre 2003 e 2013 o grupo dos pretos & pardos ampliou sua presença relativa entre os residentes no Brasil no entorno de 6 pontos percentuais. Como tal, assim como outros indicadores, os que mensuram a proporção de pretos & pardos no contingente dos extremamente pobres e pobres deve ser lido à luz desta informação.”
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