A casa própria é um sonho de muitos brasileiros. Como o imóvel custa muito mais do que cada um recebe a cada mês, o acesso ao crédito é um dos principais fatores que determinam a possibilidade de aquisição de um imóvel próprio.
Os dois gráficos abaixo mostram como se comporta o crédito imobiliário em relação ao PIB brasileiro desde 2007, a relação crédito PIB de vários países e o número de unidades habitacionais financiadas pelos bancos no Brasil desde 1974.
A partir da análise dos dados, dois pontos se destacam:
Primeiro, o crédito imobiliário no Brasil foi retomado a partir de 2003, o que pode ser visto pelo aumento no número de unidades habitacionais financiadas (ver segundo gráfico), e começou a crescer de forma sustentada, saltando de 1,8% do PIB em 2007 para 9,1% do PIB em julho de 2014 – um aumento de 7,3 pontos percentuais.
Isso indica que o crédito imobiliário foi sendo destravado, possibilitando uma elevação substancial (e sem precedentes históricos) no financiamento da casa própria.
O segundo ponto diz respeito à sustentabilidade desse processo. Aumentou muito a relação entre crédito imobiliário e PIB, o que poderia indicar um processo especulativo e de bolha no preço dos imóveis fomentada pelo crédito – como aliás aconteceu nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha.
Poderia, se a participação dessa modalidade de crédito não fosse ainda muito baixa, comparada a padrões internacionais.
Isso indica que ainda há espaço para a utilização do crédito imobiliário, fomentado pelos bancos públicos, para redução do déficit habitacional no Brasil.
O direcionamento do crédito é fundamental para a existência do Sistema Financeiro de Habitação e para o Minha Casa Minha Vida, como aponta artigo O programa de Marina Silva aposta no radicalismo financeiro, de André Biancarelli.
Tal institucionalidade do mercado de crédito brasileiro é claramente atacada no programa de Marina Silva, o que significa, no mínimo, que o crédito imobiliário viverá em maus lençois caso ela seja eleita.
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