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Crescimento brasileiro em perspectiva comparada

Com a expectativa de baixo crescimento em 2014, formou-se a conjuntura propícia para um amplo questionamento do modelo macroeconômico adotado, do papel do Estado na economia e do papel das transferências sociais e dos ajustes de salário mínimo. Mas o baixo crescimento é mesmo decorrência exclusiva das políticas domésticas? O que dizer do cenário externo e do crescimento de outros países?

O gráfico abaixo mostra o crescimento de economias em desenvolvimento entre 2003 e 2014, segundo dados do World Economic Outlook, do FMI. Nota-se, claramente, uma trajetória de crescimento similar, e definitivamente não se pode concluir que o baixo crescimento brasileiro é exceção no período recente.

Há especificidades nessas trajetórias tais como a desaceleração menor do Brasil em 2009, por conta da crise financeira, e uma recuperação mais forte em 2010. Por outro lado, a Rússia apresentou um crescimento mais forte antes da crise, inflado pelos preços de petróleo, em compensação foi mais impactada pelos efeitos da crise. Mas o ponto mais importante, por detrás dessas trajetórias similares de crescimento, é que o crescimento brasileiro foi acompanhado de distribuição de renda e de melhorias no mercado de trabalho, ao contrário de outros países.

É isso que deve ser preservado (e aprofundado), independente dos ajustes que podem (e devem) ser feitos ao modelo econômico. Para tal, não se deve cair no “discurso do esgotamento” cuja finalidade é sacrificar um modelo distributivo em prol de um suposto crescimento maior.


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