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Contrariando apologistas do caos, Petrobras mantém-se lucrativa e com forte geração de caixa

Conteúdo especial do projeto do Brasil Debate e SindipetroNF Diálogo Petroleiro

Existem dois aspectos que tradicionalmente afetam os resultados da Petrobras, que são as variações no preço internacional do barril e no câmbio.

Como já afirmamos outras vezes, a queda no preço internacional do barril, diferentemente do que ocorre com outras petroleiras, melhora o resultado da Petrobras e sua geração de caixa, pois reduz o pagamento de royalties e participação especial e aumenta a margem na revenda de combustíveis importados.

Já a desvalorização do real frente a outras moedas, como em qualquer empresa que tenha dívidas em moedas estrangeiras, aumenta os gastos com juros e em função da correção da dívida eleva as despesas com variação cambial.

Atualmente, um terceiro aspecto tem se mostrado relevante, que é a queda no volume de vendas no mercado interno. Esta queda não está ocorrendo apenas pela redução do consumo no Brasil, mas também pela entrada de concorrentes tomando mercado da Petrobras, aproveitando as diferenças no preço do combustível no Brasil em relação a outros mercados.

Recentemente, houve a divulgação de que a Petrobras estava estudando reduzir os preços dos combustíveis. Na época, muitos “especialistas” disseram que o governo estava, por motivos políticos, pressionando a empresa a reduzir preços.

Acreditamos que a Petrobras estava simplesmente estudando uma forma de combater esta concorrência danosa. Este é um assunto que merece um acompanhamento especial.

De qualquer forma, apesar do prejuízo de R$ 1,25 bilhão apresentado neste primeiro trimestre (que poderá ser revertido já no segundo trimestre), a empresa registrou um lucro bruto de R$ 21 bilhões e um lucro operacional de R$ 8,1 bilhões.

As notas explicativas às Demonstrações Financeiras do 1º trimestre de 2016 informam (sic):

“Pelo quarto trimestre consecutivo, a Companhia apresentou fluxo de caixa livre positivo, totalizando R$ 2,381 milhões, em função das maiores margens de diesel e gasolina no mercado interno, menores gastos com participações governamentais no Brasil e importações”.

Como sempre colocamos, este é um dos efeitos positivos da queda do preço internacional do barril, que, na Petrobras, tem um efeito inverso ao que ocorre com outras petroleiras

A liquidez corrente está em 1,36 e a liquidez imediata em 0,72, o que significa que a empresa não tem problemas financeiros de curto prazo (1 a 2 anos). Apesar de alguns apologistas do caos, por interesses próprios, afirmarem que a Petrobras necessita de aportes do tesouro para “aliviar” o caixa (Arminio Fraga) e até mesmo de fazer um pedido de recuperação judicial (Sardenberg), o balanço não diz isso, pelo contrário.

Entretanto, seria uma boa ideia se o governo fizesse aportes na Petrobras para acelerar os investimentos no pré-sal. A nosso ver, esta seria uma decisão oportuna, considerando o crescente interesse internacional nas nossas reservas.

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