Estudo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) discute o efeito da desaceleração econômica regional desde 2010 no combate à pobreza na região e mostra que os avanços na região parecem estar encontrando limites.
Segundo o estudo, a taxa de pobreza na América Latina em 2013 foi de 28,1% e a pobreza extrema (ou indigência) de 11,7%. Assim, para 2013, a taxa de pobreza na região se manteve sem diferenças significativas quanto aos níveis observados em 2012 (28,1%) e a pobreza extrema aumentou de 11,3% (2012) para 11,7% (2013). A projeção para 2014 é de um índice de pobreza de 28% e de pobreza extrema de 12% na região.
O estudo também traz análise a partir de um índice multidimensional da pobreza e mostra uma queda desse índice entre 2005 e 2012 na região, em especial nas áreas urbanas. As quedas mais notórias nesse índice ocorreram na Argentina, Uruguai, Brasil, Peru, Chile e Venezuela (queda de 7% ou mais no índice por ano).
Os gráficos abaixo mostram que a pobreza multidimensional atingia 28% da população brasileira em 2005, índice que caiu para 14% em 2012. Em termos de intensidade da pobreza multidimensional, i.e., gravidade das carências que atingem a população considerada pobre, esse índice também caiu para o Brasil de 2005 a 2012.
No Brasil, caiu a diferença entre a incidência de pobreza multidimensional no campo e na área urbana de 2005 a 2012, enquanto na Colômbia e na Costa Rica aumentou nesse mesmo período. Os dados também mostram que a contribuição da privação quanto à renda para a pobreza total é de 37%, considerando o índice de pobreza multidimensional no País.
A pesquisa mostra risco de retrocesso nas conquistas sociais quanto à diminuição da pobreza na América Latina. Assim, é importante que os países da região continuem comprometidos com as políticas sociais e o crescimento econômico. Destaca-se, nesse sentido, o papel do Brasil, cujos resultados quanto ao combate à pobreza influenciam bastante o desempenho da região.
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