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A pobreza em perspectiva

Segundo dados do Ipeadata, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), de 2012 a 2013, a proporção de pobres na população total do País caiu 0,84 pontos percentuais, de 15,93 para 15,09, com continuidade da queda observada desde 2004.

Percebe-se pelo gráfico que, na série histórica, o único período de redução continuada da pobreza é entre 2004 e 2013.

A linha de corte para a identificação de indivíduos pobres se refere ao dobro da linha de extrema pobreza, em uma estimativa com base em recomendações da Food and Agriculture Organization (FAO) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto às necessidades calóricas, com diferentes valores para 24 regiões do País.


No entanto, indicadores do Ipeadata também mostram que o percentual de extremamente pobres no País (indivíduos com renda domiciliar per capita inferior ao valor de uma cesta de alimentos com o mínimo de calorias necessárias) aumentou em 0,21 pontos percentuais, passando de 5,29% da população em 2012 para 5,5% em 2013, em patamar inferior ao valor desse índice em 2011 (6,31%).

De 2003 a 2012 a redução anual desse índice foi de, em média, 1,23 pontos percentuais. Considera-se, no entanto, precipitada a avaliação de que essa seria uma reversão da tendência de redução da pobreza, devido à magnitude de seu aumento em face à redução nos últimos anos.


grafico porcentagem extremamente pobres

Como ambos os índices são relativos à alimentação adequada, não se pode deixar de citar que dados da FAO mostram que o Brasil se destaca no cenário internacional no combate à fome, tendo cumprido duas importantes metas: o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM) de reduzir a proporção de pessoas com fome pela metade entre 1990 e 2015, e a meta da Cúpula Mundial da Alimentação (CMA), de reduzir pela metade o número total de pessoas com fome.

Segundo a FAO, o Brasil atingiu nível abaixo de 5% no Indicador de Prevalência de Subalimentação, saindo do “mapa da fome”.

Para a continuidade do processo de diminuição da fome, da pobreza e da desigualdade no País, como ocorrido nos últimos 10 anos, é necessário aprofundar uma visão integrada das políticas públicas, melhoria contínua dos índices econômicos e do mercado de trabalho e o combate às desigualdades, a fim de assegurar a redução sustentada da exclusão social.

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