Uma das críticas mais frequentes feitas por analistas econômicos e pela oposição ao atual governo diz respeito a uma suposta displicência em relação ao controle da inflação. No entanto, dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e do Banco Central, publicados no Boletim Focus, sobre o comportamento da inflação de 1999 a 2014 mostram exatamente o contrário.
A taxa medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) revela um período de aceleração da inflação no governo FHC, entre 2000 e 2002, de 6 a 12,5%, seguido por um período de desaceleração no governo Lula, que começou com 9,3% e terminou com 5,9%. Vale ressaltar que em 2006, 2007 e 2009 as taxas ficaram ainda mais baixas, entre 3,1 e 4,3%, por causa de forte valorização do real frente ao dólar e em função de uma recessão puxada pela crise norte-americana.
No governo Dilma, as taxas oscilaram entre 5,8 e 6,5, sendo que o valor estimado para 2014 pelo BC é de 6,5%. Ou seja, não há qualquer tendência de crescimento e o controle sobre a inflação é claro. Ainda assim, se acumulam as críticas pelo fato de o patamar estar acima da meta estipulada pelo BC, em torno dos 4,5%.
Resta perguntar se é a política macroeconômica que não tem sido efetiva no controle da taxa inflacionária, como defendem os opositores, ou se há outras causas, mais estruturais, que explicam uma inflação ainda acima do nível desejado.
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