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68,5% das negociações salariais obtêm reajustes acima da inflação

O Balanço das negociações dos reajustes salariais do 1º semestre de 2015 realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que 68,5% das negociações analisadas conquistaram aumentos reais, acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC-IBGE).

Os reajustes acima da inflação se concentraram na faixa de até 1% de ganho real. Ainda, das 302 unidades de negociação da esfera privada e de empresas estatais com data-base no primeiro semestre acompanhadas pelo Dieese, 16,9% tiveram reajustes iguais à inflação e 14,6% abaixo do índice (mais detalhes na tabela abaixo).


tabela1_ ajustes salariais

Apesar de a maioria conseguir aumento acima da inflação, o número mostra uma redução na proporção dos reajustes com ganho real em relação ao observado nas mesmas categorias nos últimos oito anos. Até o primeiro semestre de 2015, o índice mais baixo de reajuste igual à inflação tinha sido em 2009, de pouco mais de 16%, e de reajuste abaixo de inflação em 2008, de 11% (veja no gráfico 1).

O aumento real médio também caiu e apresentou o menor valor desde 2008 (0,51%), quando o Sistema de Acompanhamento de Salários do Dieese (SAS-Dieese) passou a monitorar o resultado das negociações coletivas pertencentes a um painel fixo de categorias.


grafico1_ajustes salariais

Indústria: pior resultado

Ainda segundo o levantamento, entre os setores analisados, o comércio é o que apresentou a maior proporção de reajustes com ganhos reais no semestre (76%) e a menor de reajustes abaixo do INPC-IBGE (7%).

Nos serviços, ganhos reais foram observados em 74% das negociações, e perdas em 12%. Na indústria, o setor com o desempenho mais fraco no semestre e o que mais sentiu o impacto da piora da situação econômica, 61% obtiveram ganhos reais e 20% perdas reais.

De acordo com o Dieese, a maior dificuldade para a conquista de aumentos reais pode ser explicada, em grande medida, pela elevação dos índices de inflação no ano. A inflação acumulada em 12 meses, que era de 6,2% em janeiro, segundo o INPC-IBGE, registrou alta nos meses de fevereiro, março e abril. Em maio se estabilizou e voltou a subir em junho, fechando o semestre em 8,8%.

Outros fatores que podem ter contribuído para a piora nos resultados das negociações foram: recuo na atividade econômica, o aumento das taxas de desemprego, os prognósticos negativos para o desempenho da economia nos próximos meses e o agravamento da incerteza política e econômica.

Crédito da imagem da página inicial: sintepe.org.br

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